Rondônia

Expedições

Um dos Estados menos visitado por nossa equipe nestes últimos anos foi o de Rondônia. Por isso decidimos planejar uma viagem visando conhecer principalmente sua parte oriental a partir do noroeste na região da Serra dos Pacas Novos.

A cidade de Ji-Paraná, situada na parte central do estado foi nosso ponto de partida. Visando inicialmente buscar uma espécie nova de palmeira coletada há mais de 20 anos por uma equipe de botânicos do Jardim Botânico de Nova York, seguimos a direção norte para a cidade de Ariquemes antes de tomarmos rumo oeste para a Serra dos Pacas Novos, já próxima da fronteira com a Bolívia; na altura de Campo Novo a mais de 100 km de Ariquemes por uma região dominada por uma paisagem belíssima de floresta exuberante, de vales e montanhas com muitas palmeiras pouco comuns, chegamos finalmente ao local indicado de ocorrência da palmeira (foto 1); após algumas horas de busca pelas matas e montanhas da região, nada de novo foi encontrado, apesar da ajuda dos guias indígenas locais que afirmavam já ter visto a planta. Contudo, outras plantas interessantes foram encontradas (foto 2).

Continuando no sentido oeste em direção à serra propriamente dita e a fronteira com a Bolívia, após algumas horas de viagem por uma estrada que parecia em alguns pontos terminar, fomos aconselhados a não seguir viagem, porque estávamos em uma terra sem lei, esconderijo preferido dos pistoleiros da região e que diariamente pessoas eram assassinadas por lá.

Seguindo agora na direção sul, a paisagem ia lentamente se modificando, com a vegetação de floresta pluvial exuberante, composta de grandes populações de bacuri, jaci e babaçu, dando lugar a uma forma menos densa e semidecídua, porem ainda exuberante e dominada por grápias, jatobás e aroeiras; nosso objetivo agora era atingir a região de Alta Floresta do Oeste, situada já na parte sudoeste do estado, onde tínhamos informações da ocorrência de algumas espécies novas de palmeiras e árvores (foto 3).

Recebidos na cidade deste nome pelos simpáticos naturalistas; Carlos Vieira o “Carlos-Chagas” e por seu fiel escudeiro “Chicão” biólogo da SEDAM (órgão estadual do meio ambiente) e autor de um belo trabalho de reconstituição da flora local, ambos grandes entusiastas da preservação da biodiversidade vegetal local (foto 4).

Ansiosos por nos mostrar suas plantas, saímos logo a campo para vê-las. Ainda dentro dos limites da cidade, iniciada há apenas cerca de 20 anos, pode-se ainda avistar fragmentos da floresta original intacta e onde pudemos ver a primeira espécie de palmeira que para nossos amigos parecia ser diferente; examinando melhor suas características morfológicas, fomos logo concluindo que era apenas uma forma de Geonoma acaulis de folhas muito mais pinadas que a forma típica (foto 5).

Aprofundando mais para o interior da região, muitas novidades foram se descortinando aos nossos olhos, como a ocorrência da palmeira Syagrus vermicularis, até então só vista no sul do estado do Pará (foto 06). Também foram vistas outras palmeiras interessantes, como Syagrus sancona,Astrocaryum aculeatum, Astrocaryum huaimi, Attalea maripa, Iriartea deltoidea, Socratea exorrhiza,Bactris dahlgreniana, Oenocarpus bataua, Oenocarpus distichus e Oenocarpus bacaba, entre outras, além de árvores majestosas como a castanheira (Bertholletia excelsa), cedrorana (Cedrelinga cateniformis), grápia (Apuleia leiocarpa), cerejeira (Amburana acreana) e mogno (Swietenia macrophylla).

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